Minha lista de blogs

quarta-feira, 27 de junho de 2012




TRECHO DA HOMILIA DE DOM JOÃO WILK, BISPO DA 

DIOCESE DE ANÁPOLIS - GO, EM 

OCASIÃO DA FESTA DE ENCERAMENTO DOS 800 ANOS DO 

CARISMA CLARIANO NO 

MOSTEIRO DE SANTA CLARA.




Santa Clara cujos 800 anos de carisma, de conversão vivemos agora com esta linda forma de comemorações e de formação, formação das Formadoras; acredito que entre tantas comemorações, esta seja a mais bonita, a mais expressiva forma de viver os 800 anos, ir às origens, aprofundar, contemplar o Espírito que originou este espírito fundante do carisma franciscano no mundo e na Igreja.

A atualidade do carisma clariano é evidente. Estava pensando nesta semana a nossa Diocese se prepara para o evento “Bote Fé”: a visita da Cruz Peregrina e do ícone de Nossa Senhora. E trabalhar com os jovens, ir ao encontro dos jovens, é bonito, é entusiasmante, mas também é desafiador, porque nós não sabemos da resposta. O mundo de hoje não é favorável à acolhida dos valores evangélicos e, principalmente os jovens são atraídos por tantas coisas, inclusive pelas preocupações de vida causadas pela competição que o mundo oferece, são bombardeados pelas ideias de prazer e de realização puramente material, que nem sempre tem espaço para os valores espirituais.

Mas não era diferente no tempo de São Francisco. O próprio São Francisco saiu do ambiente festivo, podemos dizer de farra juvenil, ele mesmo era chamado de rei da juventude. Exatamente neste espírito de busca de prazer, de alegria, de festa é que o Espírito Santo suscitou em Francisco uma reflexão profunda. O que é que vale mais, todas 
essas coisas ou tem algo mais atrativo? No mundo de hoje nós vivemos a mesma cultura e o mesmo espírito: o mundo atrai, o mundo busca a festa, o mundo vive de uma festa para outra, as campanhas de cervejinha estupidamente loira estão a cada minuto na televisão, o símbolo do prazer e de consumo. Onde é o espaço do Evangelho? Eu estava pensando nisto.

O Espirito Santo quer que depois de 800 anos, o espírito franciscano e clariano especialmente continue muito vivo. Santa Clara representa na nossa família este aspecto de contemplação, de clausura. Alguém pode ver nesta forma de vida, o desprezo do mundo, a fuga das preocupações, mas na verdade não é. Podemos comparar a situação de uma pessoa doente no hospital que não tem capacidade de respirar pelas próprias forças e então se coloca uma máscara de oxigênio para sustentar as funções vitais do corpo.

A vida contemplativa na Igreja e no mundo, é exatamente esta dose de oxigênio no momento em que o mundo está respirando mal, está respirando um clima, digamos de secularismo, de redução ao prazer, o material de tantas ideologias, de tantas perseguições contra a Igreja. Portanto a oração, a espiritualidade, a vida contemplativa é esta forte dose de oxigênio, na oração, no silencio, na contemplação de Jesus Cristo, no olhar voltado para cima. Este é o grande apostolado que as Ordens e Congregações contemplativas estão oferecendo. A vida contemplativa não é fechada, pelo contrario, a vida contemplativa é apostolicamente aberta e muito aberta, porque esta adoração/contemplação não se fecha dentro dos muros do Mosteiro, mas ela se estende para todo o trabalho da Igreja. Enquanto Irmãs vigiam aos pés do Cristo Eucarístico, o Papa, os Bispos, os padres, missionários, missionárias podem trabalhar tendo este 
sustento, este suporte na vida de oração. “Porque sem mim nada podeis fazer”.


Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!                                                 

ANÁPOLIS-GO, 29/05/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário